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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tratar os animais como seres humanos?

Eis a questão: tratar ou não tratar?

Alguns dizem que é errado tratar um animal como um ser humano.
Porque o animal não compreende.
Porque o animal deve ser tratado como um animal, e não como um bebê.
Porque o animal tem instintos diferentes do ser humano.

Outros dizem que não tem problema "humanificar" um animal.
Porque ele acaba sempre sendo parte da família.
Porque ele é capaz de amar e retribuir amor incondicional.
Porque ele sente, tanto quanto qualquer ser humano.

Fiquei indecisa.

Eu quero ser tratada como um ser humano?

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Seres humanos matam uns aos outros para roubarem um par de tênis.
Traem uns aos outros como se confiança não fosse importante para um relacionamento.
Machucam todos ao seu redor, sem o menor remorso.
Seres humanos são fúteis e falsos.

Não. Não quero ser tratada como um ser humano, obrigada.

Mas depois fiquei pensando...

Minha mãe me trata como um ser humano.
Não desses que existem por aí, mas como um ser humano no sentido...qual sentido mesmo? Um "sentido mais humano"?

Por exemplo:

Minha mãe me dá beijo de boa noite. Em todos nós. Todas as noites.
Minha mãe fala comigo como se eu fosse uma amiga fofoqueira. Me conta tudo. Me explica tudo como se eu fosse uma menininha de 6 anos.
"Filha, não pôe a pata aí que tá quente!"
"Filha, não sobe aí que é perigoso!"
"Olha, mamãe vai sair e já volta, viu?"
"O papá tá gostoso?"

Eu sou tratada como um bebê.
Eu tenho cama. Sou tapada com cobertor quando está frio. Ganho beijo. Sou abraçada.
Minha mãe respeita minhas opiniões como se eu fosse um ser humano.
Ela pode não concordar com algumas coisas, mas ela respeita.
Por exemplo, ela discorda que eu possa comer de tudo. Mas ela respeita que eu tenho vontade e curiosidade de experimentar o que ela come. Então ela me dá um pedacinho bem pequeno. "Só um pedacinho" diz ela.

Acabam sendo 3, 4 pedacinhos. Levo ela assim, na conversa mole.
Alias, no miado.

Eu sou tratada como parte da família.
Tenho data de aniversário.
Sou tão amada quanto qualquer outra pessoa da família.
Sou tão mimada quanto.

Por exemplo, minha mãe dorme torta porque nós 5 vamos para a cama quando ela se recolhe. Depois de 10 minutos ela quer se virar e não dá, porque tem um embaixo de um braço, um colado num lado da perna, um no meio da outra perna, um perto do pescoço e um na barriga. Daí ela vai se entortando pra mudar de posição sem mexer nenhum dos gatos. Um dia eu queria filmar uma noite de sono dela.
Ginástica pura! Quem tem gato sabe.

Minha mãe me escuta. Quando eu chamo ela vem, que nem um cachorrinho.
Minha mãe pode estar morrendo de vontade de ir ao banheiro, mas se eu tô no colo dela bem acomodada, ela segura até onde não dá mais. Como se fosse uma reunião importante sem hora pra acabar.

Minha mãe me apresenta para as visitas.
"Vem cá filha, vem ver a tia."
"Tia, essa é a Branquinha." fala ela com voz de criança de 10 anos.
As vezes ela pôe palavras na minha boca.
"Ai tia não me aperta!"
"Ô moça, cuidado que eu tô braba!"

Minha mãe sabe tudo que eu quero. Tudo que eu preciso e em que hora.
Sabe quando eu quero carinho, quando eu tô de manha, quando eu tô com fome.
Ela sabe quando eu tô com preguiça, quando eu tô dengosa, quando eu tô de mau humor.

Acho que eu sou um ser humano sem a parte ruim.
Acho que todo animal é.
Nós nos apegamos às pessoas.
Nós fazemos as pessoas felizes.
Um animal completa a vida de uma pessoa.

Nós sabemos quando as pessoas estão tensas, tristes, com medo.
Embora seja o animal que ganhe colo, é a pessoa que o segura que está sendo amparada por ele.

Então, se você me perguntar se eu quero ser tratada como um ser humano, talvez eu tenha sido tratada como um desde que nasci.
E amo.
Porque animal não é brinquedo.
Animal não é "coisa" que alguém "possui".
E se você quiser algo que te obedeça, compre um robô ao invés de um cachorro.
Assim quando você enjoar, tire a pilha e guarde o robô no armário, ao invés de botar seu cachorro rua afora.
Porque o seu cachorro é uma vida. Que até então dependia de você. Como uma criança.
E assim como você, ser humano, sente falta de um ente querido quando esse morre, nós animais também sentimos quando somos expulsos da sua vida. Especialmente sem um motivo válido.

Aliás, não existe um motivo válido o suficiente para se desfazer de um animal.
E assim como uma criança, o animal precisa de cuidados e supervisões.
Não atravesse a rua sozinho!
Não o deixe sem supervisão quando o forno está ligado! etc...





Agora eu vou apoiar: faça pelo seu animal o que você faria pelo seu próprio filho humano.

Afinal...qual a diferença mesmo?

Jogue a primeira pedra quem nunca entrou em casa e cumprimentou seu bichinho!

Beijos de Nariz!

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